Assim como o
período anual se divide em quatro estações -- Primavera, Verão, Outono e Inverno
-- da mesma forma os períodos evolutivos da humanidade estão divididos em quatro
estações ou eras – Satya Yuga, Tetra Yuga, Dwapara Yuga e Kali
Yuga.
Acabámos agora de
terminar os primeiros 5,114 anos da Kali Yuga, ou a estação do inverno do atual
período da evolução humana. Ainda temos cerca de 426,886 anos antes do seu
final.
A Filosofia
Esotérica ensina que a Kali Yuga constitui um ciclo de testes e provações, de
duras condições externas. Mas, por outro lado, tem o potencial de ser um tempo
de grande aprendizagem.
Todos os períodos
de provação oferecem as melhores condições para aprender as lições mais
sagradas.
Deste ponto de
vista, podemos dizer que é na estação das dificuldades externas que a humanidade
pode alcançar uma grande expansão da consciência. Em outras palavras, um Kali
Yuga "exterior" oferece a possibilidade de um Satya Yuga
"interior".
Alguém perguntou
a John Garrigues:
"Porque é
possível alcançar mais na Kali Yuga."
Ele respondeu:
Ele respondeu:
"Não acha que
poderíamos colocar isso em termos morais? Os contrastes são muito mais nítidos,
muito mais puros, na Kali yuga do que em qualquer outra era, e nós aprendemos
por contraste. Além disso, o W. Judge diz que a Kali Yuga tem a dinâmica de
todas as outras eras atrás dela." ("Point Out the
Way", p.178)
Olhando para a
complexidade do processo evolutivo, e dos ciclos dentro dos ciclos, pode-se ler
na "Doutrina Secreta", Vol. II, p. 198 (edição original em inglês), o
seguinte:
"Que o leitor
mantenha em mente que, assim como cada uma das sete raças está dividida em
quatro eras -- a era de Ouro, Prata, Bronze e Ferro -- o mesmo acontece com cada
divisão menor de tais raças."
Podemos então
concluir que todas as nações, como todos os continentes, estão sob influências
"sazonais" menores. Algumas estão começando a sua Primavera (idade do ouro),
outras estão no seu Verão (idade da prata), outras estão no seu Outono (idade do
bronze), e finalmente, outras estão no seu Inverno (idade do
ferro).
Também é
importante ter em mente que a atual crise planetária é parte das valiosas
oportunidades para aprender durante o longo período de Kali Yuga.
HPB salienta num
dos seus artigos:
"Há uma coisa
peculiar à presente Kali Yuga que pode ser usada pelo estudante. Todas as causas
agora trazem os seus efeitos muito mais rapidamente do que em qualquer outra ou
melhor era. Um amante sincero da raça pode alcançar mais em três encarnações sob
o reino da Kali Yuga do que ele conseguiria num número muito maior em qualquer
outra era."
Em
seguida acrescenta:
Assim, suportando
todos os múltiplos problemas desta Era e triunfando constantemente, o objeto de
seus esforços serão mais rapidamente alcançado, pois enquanto os obstáculos
parecem grandes, os poderes a serem invocados podem ser alcançados mais
rapidamente." (CW, Vol.IX, p. 102)
A Natureza sempre
nos dá muitas oportunidades para aprender, e uma profunda conexão com o mundo
natural será uma das características das civilizações futuras.
A cientista e
ativista ecológica Rachel Carson, que nos anos 70 denunciou o envenenamento dos
ecossistemas por atividades humanas, escreveu sobre a importância que o sentido
místico de deslumbramento tem de nos reconectar com a Vida e a
Lei:
" Qual é o valor
de preservar e reforçar este sentimento de deslumbramento e admiração, este
reconhecimento de algo além dos limites da existência humana? É a exploração do
mundo natural apenas uma forma agradável de passar as horas douradas da infância
ou há algo mais profundo?
Estou segura que
é algo mais profundo, algo duradouro e significativo. Aqueles que habitam, como
cientistas ou leigos, entre as belezas e mistérios da terra nunca estão sós ou
cansados da vida. Quaisquer que sejam os dissabores ou preocupações de suas
vidas pessoais, seus pensamentos podem encontrar caminhos que conduzam à
satisfação interior e a um renovado entusiasmo pela vida. Aqueles que contemplam
a beleza da terra encontram reservas de força que irão resistir enquanto a vida
durar. Existe uma simbólica bem como uma beleza real na migração dos pássaros,
no fluxo e o refluxo das marés, no broto retorcido pronto para a primavera.
Existe algo infinitamente curador nos repetidos refrões da natureza -- a
garantia que o amanhecer vem após a noite, e a primavera após o inverno." [1]
Fraternalmente,
Joaquim Soares e
Magda Lóios
NOTA:
[1] "The
Sence of Wonder", Rachel Carson, Harper & Row Publishers, New York, 1956,
pp.96, p.88-89.
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